O sucesso da reativação do time principal de futebol feminino do Corinthians é incontestável. Desde 2016, quando uma parceria com o Audax viabilizou o retorno alvinegro à modalidade, o Corinthians já conquistou duas Libertadores, dois Brasileirões, dois Paulistões e uma Copa do Brasil.
No entanto, não se trata apenas de títulos. Estamos falando de um futebol vistoso e ofensivo, com uma aterradora posse de bola convertida em gols, muitos gols. Nas quartas-de-final do Brasileirão Feminino de 2021, depois de abrir 4 x 1 sobre o Avaí-Kindermann fora de casa, o Corinthians goleava na Fazendinha e o técnico Arthur Elias exigia que o time mantivesse a pressão.
Os números do futebol feminino do Corinthians de 2016 para cá, coincidentes com a chegada de Arthur Elias, são incomparáveis no futebol contemporâneo. Foram 230 jogos disputados nos últimos cinco anos e meio até a goleada de ontem sobre o multicampeão São José. Destas 230 partidas, o Corinthians venceu 181, ou 78,7%. Houve ainda 33 empates e apenas 16 derrotas no período. Sem contar o recorde mundial de vitórias consecutivas e a maior série invicta da história do futebol corinthiano.
Tão impressionante quanto o aproveitamento de pontos desse timaço orquestrado em campo pela magnífica Gabi Zanotti é sua capacidade ofensiva, intensificada pelo apoio de craques do naipe de Tamires e Andressinha. São mais de 700 gols marcados até aqui. E em todos estes anos, quando não marcou mais de cem gols, chegou muito perto. Foram 99 gols marcados em 2016, 149 em 2017, 114 em 2018, 146 em 2019 e 98 em 2020.
Este ano, agosto nem terminou e o Timão já foi às redes em 103 ocasiões. Isto em apenas 26 jogos, o que leva a uma média de quase quatro gols por partida. Melhor do que em todos os anos anteriores. E quem assiste ainda reclama da grande quantidade de oportunidades desperdiçadas, talvez porque nas poucas vezes em que isso fez falta foi de cortar o coração.
Com as semifinais do Brasileirão em vista, o Paulistão Feminino quase inteiro pela frente e a Libertadores de 2021 por disputar, tudo indica que nossas mosqueteiras – ou brabas, para quem preferir – ainda têm muitos recordes para estabelecer, mesmo depois de terem perdido nas últimas semanas jogadoras que fizeram história com o manto alvinegro, como Gabi Nunes, Giovanna Crivelari e Paulinha.