O ano futebolístico de 2021 terminou, mas o ano corinthiano ganhou sobrevida com a confirmação do retorno de Paulinho no meio da última semana.

A volta do volante ao Corinthians vinha sendo especulada havia semanas.

A contratação encerra um ano que, mesmo com o time se comportando abaixo do nível da crítica durante a maior parte do tempo, colocou parte considerável da torcida está com o presidente Duílio Monteiro Alves e não abre.

34 gols em 167 jogos

A chegada de Paulinho para sua segunda passagem coincidiu com o aniversário de nove anos da conquista do bicampeonato mundial alvinegro. O gol do título teve participação fundamental do meia.

Mais importante, porém, foi o gol da quarta-de-final da Libertadores de 2012 contra o Vasco, que garantiu a classificação corinthiana para a semifinal contra o Santos.

Ao todo, Paulinho marcou 34 gols em 167 atuações com o manto alvinegro entre 2010 e 2013, período de sua primeira passagem, segundo o Almanaque do Timão.

Em busca de ôto patamá

Com Paulinho de volta, a torcida espera que o Corinthians apresente um nível muito melhor de futebol em 2022.

Afinal, 2021 começou de um jeito estranho. Remendado e sem dinheiro, o Corinthians terminou o pandêmico Campeonato Brasileiro de 2020 numa posição intermediária.

Nos campeonatos de 2021, durante a maior parte do tempo, o Corinthians fez a Fiel passar nervoso.

A queda na semifinal do Paulista até ficou de bom tamanho pelo que se fazia em campo, mas interrompeu quatro finais seguidas.

Ainda com Vágner Mancini, o Corinthians foi vergonhosamente eliminado da Copa Sul-Americana.

O filho do Super Zé

No interlúdio entre Mancini e Sylvinho, com as mesmas peças que não se encaixavam antes, o Corinthians fez duas excelentes apresentações sob o comando de Fernando Lázaro.

Ainda que nada valessem os jogos em questão, Lázaro mostrou que era possível jogar como Corinthians mesmo com aquele elenco.

Em tempo, Lázaro, filho de Zé Maria, fez história no Corinthians. Pela primeira vez, pai e filho foram técnicos mosqueteiros em algum momento da trajetória do clube.

A chegada de Sylvinho

Sylvinho parecia ser um sonho antigo da diretoria corinthiana. Especulações sobre a contratação do ex-lateral-esquerdo na condição de técnico vinham à tona de tempos em tempos nos últimos anos.

Quando isso finalmente tornou-se realidade, a Fiel rapidamente se irritou. De cara, eliminação para o Atlético-GO na Copa do Brasil.

Em seguida, as atuações horríveis passaram a alimentar temores de um possível rebaixamento no Campeonato Brasileiro.

Reforços inesperados

Tudo ia mal. Até que, numa guinada inesperada, a diretoria arrumou dinheiro sabe-se lá de onde para quatro contratações promissoras.

Duílio viabilizou os retornos de Renato Augusto e Willian e as contratações de Giuliano e Roger Guedes. Tudo num intervalo de poucos dias. Para assombro dos rivais.

Giuliano e Renato Augusto estabilizaram o time, que recuperou-se na tabela, mas a esquizofrenia voltou à cena com a reabertura das arquibancadas.

Implacável em Itaquera, carregado pela Fiel, o Corinthians passou a acumular atuações ridículas fora de casa.

Além disso, quando os reforços ouviam o técnico, tudo tendia a dar errado. Quando resolviam eles mesmos organizarem o time em campo, o jogo mosqueteiro melhorava consideravelmente.

Resultado

Com a melhora do time em campo, pela primeira vez desde 2017, o Corinthians garantiu vaga direta na fase de grupos de Libertadores de 2022. Ainda assim, terminou 2021 com apenas 30 vitórias, 22 empates e 21 derrotas em 73 jogos.

Expectativa

Além de um goleador, o Corinthians precisa ainda de um cão-de-guarda que estabilize o meio de campo. E de um técnico. E se livrar de uma vez por toda de Roberto de Andrade. Sem isso, a lua de mel da torcida em relação a Duílio tende a ter vida curta.