Na ponta do lápis #34: A era Arthur Elias no Corinthians Feminino

O ano de 2023 marcou o fim da era Arthur Elias à frente do Corinthians Feminino.

A forma deprimente como a presidência de Duílio Monteiro Alves chega ao fim desencorajou o Retrospecto Corinthiano a elaborar uma retrospectiva minuciosa do futebol masculino e do futsal.

No futebol masculino, um desmanche irresponsável do elenco no meio da temporada aliada à falta de projeto esportivo levou o SCCP a ter seis técnicos assinando a súmula em 2023, ano no qual o time foi eliminado de forma vexatória no Campeonato Paulista e por pouco não revisitou a Série B.

No futsal, pela primeira vez desde 2017, o time principal encerra um ano sem erguer ao menos um troféu.

Quem vem salvando a autoestima do corinthiano — e não é de hoje — é o futebol feminino.

Se o time masculino não conquista um título desde 2019, as brabas renovam ano após ano a fama de campeãs de tudo.

O ano de 2023 começou em meio a uma certa desconfiança. As mosqueteiras ainda conviviam com constantes perdas para o departamento médico que prejudicaram o desempenho na reta final de 2022. Mas elas são guerreiras — e a Fiel sabe.

O Corinthians Feminino ganhou simplesmente tudo o que disputou em 2023:

E agora paga pelo sucesso. O técnico Arthur Elias deixou o Timão depois da conquista da Libertadores para assumir a seleção feminina.

Mas não sem antes fazer muita história com o manto alvinegro.

Carinhosamente chamado pela Fiel de Rei Arthur, ele assumiu o Corinthians em 2016, quando o Timão fechou uma parceria com o Audax Osasco no futebol feminino.

Ao longo de oito temporadas, as brabas conquistaram 17 títulos de primeira grandeza. Deixemos de fora os torneios amistosos. A turma do fax e do torneio início é a do outro parque.

São simplesmente todos os troféus que o Corinthians Feminino tem na história. Quatro Libertadores, cinco Campeonatos Brasileiros, duas Supercopas, uma Copa do Brasil, quatro Paulistões e uma Copa Paulista.

No período, as brabas entraram em campo em 349 ocasiões. Foram impressionantes 278 vitórias, 45 empates e 26 derrotas. As mosqueteiras marcaram 1.098 gols (média de 3,1 por jogo) e sofreram 201.

Na prática, era como se cada adversária já entrasse em campo perdendo por 3 x 0.

Os números incluem os jogos nos quais as brabas foram comandadas pelo auxiliar Rodrigo Iglesias.

Com Arthur Elias na beira do gramado, foram 333 jogos.

Entre todos os técnicos que já passaram pelo Parque São Jorge em esportes com a bola no pé, ele pode não ter superado o histórico Oswaldo Brandão em número de jogos, mas o superou na quantidade de vitórias.

Mas a era Arthur Elias chegou ao fim.

Agora o Corinthians Feminino será dirigido por Lucas Piccinato, que tem o desafio de manter o nível elevado diante do legado deixado por Arthur Elias.

One thought on “Na ponta do lápis #34: A era Arthur Elias no Corinthians Feminino

  1. O reinado de Arthur Elias no Corinthians só se encerrou porque era um diamante brilhando intensamente no mar de lama que é o futebol brasileiro. E que infelizmente teve a equipe masculina como um dos exemplos mais bem acabados.
    Na Copa do Mundo Feminina, passamos uma vergonha desnecessári. Com um trabalho horroroso da comissão técnica.
    Arthur merecia assumir a seleção e a seleção precisava dele. Mas seu legado é eterno.
    E que as Brabas sigam encantando a Fiel Torcida e fazendo história. Vamos Brabas! Vai Corinthians!!!

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