Na ponta do lápis #28: O retorno da Fiel, o maior reforço do SCCP em 2021

A Fiel vai poder finalmente voltar às arquibancadas a partir da próxima rodada do Campeonato Brasileiro depois de mais de um ano e meio longe do Timão.

Tirados do debate os riscos representados por esse retorno numa sociedade habituada a naturalizar extermínios – e para os quais pouca gente parece realmente ligar –, o retorno dos torcedores é aguardado com certa ansiedade pela torcida do Corinthians, e também pelos jogadores.

Afinal, para muito além dos atletas recém-chegados ou recontratados, o retorno da Fiel é o grande reforço para o Corinthians para o restante da temporada e também os próximos anos.

A profecia de Boselli

No ano passado, ainda atacante alvinegro, Mauro Boselli foi profético ao afirmar que os jogos com portões fechados colocariam o Corinthians em desvantagem em relação a seus adversários.

Antes do início da pandemia, o Corinthians havia jogado apenas seis vezes com os portões fechados, acumulando um retrospecto aceitável de quatro vitórias e duas derrotas.

Os números na pandemia

No período da pandemia foram disputados 94 jogos sem torcida, com um cartel nada invejável de 37 vitórias (39,4%), 33 empates (35,1%) e 24 derrotas (25,5%).

Enquanto o número de vitórias é bastante inferior à média histórica corinthiana, as frequências de empates e derrotas subiram bastante.

Mas é nos jogos como mandante que a profecia de Boselli mostrou-se mais certeira.

Longe da Fiel em Itaquera

O Corinthians mandou 47 jogos sem torcedores nas arquibancadas de Itaquera no período da pandemia. E o desempenho é desastroso. Foram apenas 19 vitórias (40,4%), com 16 empates (34,1%) e 12 derrotas (25,5%).

Para termos uma ideia melhor da relevância desses números, vamos compará-los com o retrospecto histórico do Corinthians como mandante segundo dados do Almanaque do Timão.

O Corinthians já teve o mando de campo a seu favor em mais de 2.800 jogos desde 1910 (contando inclusive os jogos com portões fechados), com um respeitável desempenho de 60,8% de vitórias, 22,4% de empates e 16,6% de derrotas.

Além disso, o Corinthians marcou só 69 gols e sofreu 53 em Itaquera no período da pandemia, bem abaixo da média histórica de mais de dois gols marcados e pouco mais de um sofrido por partida como mandante.

A Fiel carrega o Corinthians nas costas

Há quem vá argumentar que o time estava fraco devido à precária gestão de elenco pela diretoria nos últimos anos. Mas quem viu o futebol-arte de Dama e Ari Bazão até acha boas algumas formações recentes da zaga corinthiana.

Quantos elencos piores não foram carregados nas costas pela Fiel ao longo de mais de um século? E é este meu ponto: por pior e mais descaracterizado que estivesse o time, o que mais prejudicou o Corinthians no último ano e meio foi a ausência da torcida nas arquibancadas.

Teria sido campeão brasileiro? Claro que não. Mas alguns vexames teriam sido evitados.

Com o retorno da torcida – e com o elenco reforçado –, o Corinthians está de volta à briga. Quem aproveitou, fez o que devia. Quem não aproveitou, não aproveita mais.


 

One thought on “Na ponta do lápis #28: O retorno da Fiel, o maior reforço do SCCP em 2021

  1. A Fiel é a alma do Corinthians. Com ela presente, o Timão fica do seu verdadeiro tamanho. Só faço uma ressalva. Espero que os protocolos de segurança contra a covid sejam respeitados por todos.

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