Fernando Lázaro não é mais técnico do Corinthians. O anúncio foi feito pelos dirigentes do clube na tarde desta quinta-feira.

A gota d’água foi a forma constrangedora que o Corinthians se sujeitou a perder para o Argentinos Juniors em casa na véspera.

A aposta em Lázaro ia bem enquanto havia Renato Augusto.

Desde a lesão do meia, ninguém mais joga. Parece que todo o elenco se machucou junto.

O Corinthians foi eliminado pelo Ituano em casa, perdeu de maneira indigna para o Remo e chegou a ser colocado na roda pelo Cruzeiro antes da derrota de ontem na Libertadores.

Fernando Lázaro permanecerá na comissão técnica permanente do SCCP, segundo breve comunicado divulgado pelo clube.

Ele é, de longe, o menos culpado pela situação atual do time profissional corinthiano.

Como interino, Lázaro fez apenas 17 jogos, com 8 vitórias, 5 empates e 4 derrotas.

É preciso lembrar que a promoção do filho do Super Zé a treinador foi uma solução improvisada por uma diretoria mambembe.

Aliás, chamamos de dirigentes, mas não sabemos exatamente o que eles dirigem. O Corinthians certamente não é.

Chamamos os jogadores de profissionais, mas a maioria não passa de um bando de novos ricos mimados que vivem à custa da Fiel e ficam dodoizinhos ante qualquer crítica.

Salvo exceções a cada dia mais raras, fossem eles profissionais de fato, jogariam de maneira coesa com base nos treinamentos que recebem ao invés de se fecharem em copas – ou panelas – “para não prejudicar o ambiente”. Sem contar os que deveriam simplesmente se aposentar.

Se o clube tivesse direção, teria se antecipado e aproveitado Dorival Júnior livre de contrato. Foi buscar Cuca.

O amadorismo é tamanho que a diretoria resolveu fechar os portões de um jogo do time feminino sub-20 hoje à tarde no Parque São Jorge.

Se alguém tem dado orgulho à Fiel nos últimos anos é o Corinthians Feminino. Mais pela sorte de ter Cris Gambaré à frente direção do trabalho do que por qualquer outro motivo.

A Fiel sabe de quem cobrar.

Duílio Monteiro Alves gerou muita expectativa, mas nada entregou como presidente do clube. Acostumou-se a falar em solucionar a crise da dívida como se disputar títulos fosse desnecessário.

É só fazer a conta: em que fase ou posição nas competições que disputa o Corinthians precisa chegar para fechar o orçamento de 2023? Em que fase ou posição ele vai efetivamente chegar?

Duílio também manteve Roberto de Andrade numa posição estratégica apesar das cobranças sistemáticas de uma torcida exigente e insatisfeita.

Aquele Roberto de Andrade que instituiu a burrice como método na (suposta) gestão do futebol alvinegro.

O mesmo Roberto de Andrade que desmanchou o time campeão de 2015 e nos anos seguintes fez lambança atrás de lambança com diretor de futebol por não acreditar que um golpe de sorte fosse apenas isso, um golpe de sorte.

Ao lidar com o elenco, o clube negocia mal e contrata pior ainda. Não há equilíbrio nem projeto esportivo digno dessa nomenclatura.

Até a base, celeiro de craques, títulos e receita, Duílio, Roberto de Andrade e seus asseclas conseguiram desestruturar.

Ou o futebol corinthiano volta a ser trabalhado com seriedade e projeto ou se prepara para descer a ladeira.