Jogo 5.655: Raphael Clauss encerra jejum da Ferrinha

ferroviaria 1 x 0 corinthians

O Corinthians de 2017 é uma espécie de personagem perfeito da tragicomédia em que o monopólio da Rede Globo vem transformando o futebol brasileiro.

Mesmo jogando a bolinha que temos visto, o Corinthians entrou na rodada de hoje como o time de melhor campanha do Campeonato Paulista, classificado para as quartas-de-final mesmo sem precisar entrar em campo pela nona rodada. Diante deste time de melhor campanha estava a Ferroviária, o clube de pior campanha até o momento no Campeonato Paulista.

Eis que, ao contrário do que tem sido a regra, o Corinthians até jogava bem na tarde deste domingo em Araraquara. Guilherme e Marlone tentavam mostrar serviço ao mesmo tempo em que melhoravam a qualidade do passe no campo ofensivo. O que não rolava era bola na rede. Mas parecia questão de tempo. Parecia.

Como o roteiro global precisava de uma reviravolta, veio a contribuição do árbitro Raphael Clauss, anticorinthiano de carteirinha, 12º jogador de qualquer clube que enfrente o Timão, seguidor da linha Paulo César de Oliveira/Anderson Daronco/Emerson Augusto de Carvalho de apitagem: ao adversário tudo, ao Corinthians nada.

Num pênalti contra o Corinthians corretamente assinalado em um erro de saída de bola no início da etapa complementar, o refugo Alan Mineiro chutou na trave, a bola resvalou em Cássio e na volta foi em direção ao meio da área. O próprio Alan Mineiro dominou a bola no braço e a chutou para as redes. Raphael Clauss, um homem de muitas convicções, legitimou o gol irregular. E ai de quem reclamasse dele.

Raphael Clauss, o mesmo árbitro que certa vez no Novo Porcódromo expulsou Cássio por suposta cera no início do segundo tempo de um costumeiro clássico vencido pelo Corinthians com um homem a menos, deu de ombros para a cera da Ferroviária depois do gol, o que era mais do que previsível. E aproveitou o gol irregular por ele validado para conduzir o jogo da forma que melhor lhe convinha. Contra o Corinthians, claro.

Carille fez o que pôde. Colocou até Pedrinho, o craque da base. Mas a Ferrinha jogava com os 11 dentro da própria área, rebatendo qualquer bola como se fosse a última do mundo, disputando cada lance como não disputou nos jogos anteriores nem disputará nos próximos. E assim a Ferroviária sagrou-se mais um clube a quebrar em 2017 um longuíssimo jejum contra o Corinthians. A última vitória do time de Araraquara antes desta ocorrera em 1988.

Não que dê para esperar muita coisa do que sobrou do Corinthians sob Roberto de Andrade, mas que esse time seja seguidamente garfado pela arbitragem não passa de uma mistura de fetiche anticorinthiano da mídia e dos árbitros com a falta de credibilidade da diretoria.

E enquanto isso eu sigo perguntando: como árbitros como Raphael Clauss seguem sendo escalados para apitar jogos do Corinthians?


| Contra a Ferroviária |
O Corinthians em 2017 |
| Na história do Campeonato Paulista |
| Na Fonte Luminosa |
Sob o comando de Fábio Carille |
O Corinthians em 106 anos de história |