Há exatos cinco anos, no dia em que o Corinthians conquistava em cima do Palmeiras o pentacampeonato brasileiro, o mundo perdia o Doutor Sócrates, eterno dono da camisa 8 do Corinthians.
Genial dentro e fora de campo, Magrão deve ser lembrado mais por seus feitos do que pela falta que faz em momentos como os atuais. Reproduzo a seguir o texto que publiquei no dia da morte de Sócrates, ainda no calor da emoção.
Até logo, Magrão!
Como praticamente todo garoto no Brasil, na infância eu queria ser jogador de futebol. Mais especificamente, jogador do Corinthians. Se fosse pra jogar em outro time, minha profissão do futuro mudava para arqueólogo ou astronauta.
Era início da década de 1980 e meu grande ídolo no Timão daquela época era seu maestro, o Doutor Sócrates. Nas peladas e nos times que me enfiava, minha camisa era a 8, o mesmo número do Magrão.
O tempo passou e não virei jogador de futebol nem arqueólogo nem astronauta. Acabei jornalista. Até que a vida, pouco mais de uma década atrás, me colocou diante de uma pessoa fantástica e extremamente generosa, justamente daquele que foi meu primeiro ídolo no futebol.
Ao término de cada conversa a sensação que eu tinha era de que acabara de receber uma profunda aula de vida. Pouco tempo depois, essa amizade me proporcionou o privilégio de assinar em parceria com o Magrão o registro histórico daquela que é provavelmente a mais conhecida de suas obras, a Democracia Corinthiana.
Nos últimos anos, porém, nossos caminhos estavam se cruzando pouco, bem menos que o desejável, e nossos contatos eram pra lá de esporádicos.
Há certamente dezenas, talvez centenas, de pessoas mais qualificadas para falar do Magrão do que eu, mas quero deixar aqui meu muito obrigado – pela amizade, pelas palavras, pela generosidade, por tudo enfim. Até logo!