Talvez seja uma má notícia a mais no meio de tanta tristeza. Para os corinthianos que o viram jogar, porém, talvez um pouco de cada um tenha partido junto com o sorridente, incansável e solidário volante.
Nascido em São Paulo em 13 de agosto de 1975, Gilmar de Lima Nascimento sucumbiu hoje a um mieloma múltiplo.
Se a doença o levou tão jovem, aos 45, certamente não foi por falta de luta.
Com o manto alvinegro, Gilmar saiu do lendário Terrão para disputar 131 jogos e marcar quatro gols pelo Timão, o mesmo número de títulos dos quais participou da conquista: o Paulistão de 1997, o bicampeonato brasileiro de 1998/99 e o Mundial de Clubes de 2000. Ficou de fora da vitoriosa campanha do Campeonato Paulista de 1999 por causa de uma contusão.
Ninguém esperava de Gilmar uma jogada genial, um drible desconcertante. O que os corinthianos adoravam nele era seu comprometimento com a equipe.
Sem ele, Marcelinho Carioca, Edílson, Luizão, Rincón e outros grandes jogadores daquele período teriam menos a bola à disposição para poder brilhar. Sem Gilmar, a vida de Gamarra na defesa certamente teria sido mais complicada. Sem o volante, os goleiros que não se firmaram entre Ronaldo e Dida teriam nos dado muitos calafrios a mais do que deram.
Gilmar pertenceu à classe dos volantes discretos, mas que trabalham como formigas e se desdobram em 11 na hora do jogo. Talvez tenha sido menos marcante no imaginário alvinegro do que Márcio Bittencourt, Ezequiel, Zé Elias, Ralf ou Elias, uma vez que o período no qual jogou pelo Corinthians foi marcado por um dos mais brilhantes elencos a vestir o manto alvinegro.
O fato é que Gilmar, em campo, era a encarnação do espírito mosqueteiro. E por isto será lembrado.
Lembro particularmente de dois gols dele: contra o Santos no quadrangular final do Paulista de 1997 e um golaço de pé esquerdo contra a Ponte Preta, no ângulo, no Brasileiro de 1998!
Posso estar enganado, Marcos, mas esse contra o Santos foi um passe do Fernando Diniz, não foi?
Gilmar Fubá sempre teve e sempre terá o respeito da Fiel. Agora, tá no time de São Jorge. Bela homenagem, Ricardo! Ótimo texto.