7 x 1
O atacante Geílson vinha dizendo havia algumas semanas que queria ser o autor do gol de número 11.000 do Santos Futebol Clube, de preferência contra o Corinthians. Ele conseguiu esse feito há alguns jogos, contra o Vasco, mas os deuses do futebol impuseram um preço altíssimo à petulância do rapaz: uma histórica goleada corinthiana sobre o Santos na tarde deste domingo no Pacaembu. O placar de 7 x 1 – maior massacre do Campeonato Brasileiro de 2005 até o momento – não acontecia no clássico desde 1941.
Mais do que convincente, a vitória coloca o Corinthians ainda mais perto do título. Restando somente cinco rodadas para o término do campeonato, o alvinegro lidera com seis pontos de vantagem sobre os vice-líderes Internacional e Fluminense. Pelos cálculos de matemáticos, o Timão precisa de mais três vitórias para assegurar seu quarto título na competição.
De quebra, a goleada significa um novo recorde na galeria de marcas superadas pelo Timão em 2005. O resultado representou a 22ª vitória do time no Brasileirão de 2005, superando o recorde de 21 vitórias obtido no campeonato de 2004. Enquanto isso, o recorde de gols marcados avança a todo vapor, chegando agora a 80 gols no torneio.
O Timão começou o jogo de hoje sufocando o adversário, avançando a marcação e pressionando a saída de bola. O primeiro gol saiu logo aos 40 segundos de jogo, depois de Nilmar roubar a bola de Halisson e iniciar uma troca de passes que terminaria com um gol de Rosinei depois de tabela com Carlitos Tévez. Geílson empatou o jogo aos oito minutos.
O gol de empate santista me fez lembrar de um comentário de Flávio Prado. Segundo ele, quando o assunto é clássico e um time abre o placar nos primeiros minutos de jogo, existem duas possibilidades mais prováveis: ou esse time goleia ou cede a virada. As exceções a essa regra realmente são poucas.
Os temores se dissiparam e se transformaram em euforia somente aos 20 minutos, quando Rosinei tomou a bola de Halisson e serviu a Tévez para colocar o Corinthians novamente à frente. O Santos até esboçou alguns lances de perigo, mas perdeu o rumo aos 36 minutos, quando Tévez marcou seu segundo gol na partida.
O que se viu em seguida foi uma mescla de domínio corinthiano e descontrole santista. O zagueiro santista Rogério foi expulso aos quatro minutos do segundo tempo. Tévez marcou seu terceiro gol no jogo quatro minutos depois. A seguir foi a vez de Nilmar, que já tinha chutado uma bola na trave e perdido um gol feito, desencantar.
Nilmar marcou aos 12 e aos 32 da etapa final. No intervalo entre esses dois gols o Corinthians cozinhou o jogo e ainda desperdiçou boas oportunidades. A goleada foi fechada aos 45 minutos, numa falta bem batida por Marcelo Mattos.
A goleada corinthiana por 7 x 1 recoloca a história de volta nos eixos. A passagem de Robinho pelo Santos foi apenas uma brincadeira de mau gosto que fez os santistas acreditarem, mesmo sem sustentação factual, que o Corinthians seria o freguês desse confronto.
Pelo Campeonato Brasileiro, nunca antes um jogador corinthiano havia marcado mais de um gol em um jogo contra o Santos. Para jogar esse tabu para bem longe, Nilmar marcou dois e Tévez fez três.
De quebra, o Corinthians reigualou o placar do clássico em jogos válidos pela principal competição nacional. Com os dois triunfos deste ano, agora são 12 vitórias para cada lado e 12 empates pelo Campeonato Brasileiro.
Já o retrospecto geral continua sendo uma lavada, como o 7 x 1 de hoje.
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