0 x 11
Foi na tarde de 11 de julho de 1920, em plena Vila Belmiro, que o Corinthians aplicou o maior sacode da história do confronto contra o Santos. Sem tomar conhecimento do adversário, o Timão desceu a serra, sapecou 11 x 0 e, dadas as circunstâncias da partida, a goleada só não foi maior porque o árbitro Eduardo Taurisano foi obrigado pela regra a encerrar o jogo antes da metade do segundo tempo.
Nem todas as informações sobre a partida foram suficientemente preservadas para que sua crônica pudesse ser feita com mais riqueza de detalhes passados quase 100 anos daquela tarde histórica. O que se sabe é que o Corinthians, cujos primeiros resultados contra o Santos na década de 1910 não foram lá os melhores, pegou muito rapidamente o gosto por massacrar o rival da baixada – gosto este que de tempos em tempos é revisitado pela Fiel, ainda que não na extensão daquele 11 x 0.
Até 1919, o Corinthians tinha vencido o Santos apenas uma vez, por 3 x 0, em um amistoso realizado em 1917 – o clássico começou a ser disputado em 1913. Entre o segundo turno do Campeonato Paulista de 1919 e o primeiro turno do estadual de 1921, o Timão aplicou três goleadas seguidas no Santos: 5 x 0, 11 x 0 e 6 x 1, nesta ordem.
O time santista foi o sexto compromisso do Timão no Campeonato Paulista de 1920. Basicamente, os 11 gols saíram em um intervalo pouco superior a 45 minutos. Basílio abriria o placar somente aos 18 minutos do primeiro tempo. E naquele dia, onde passou um boi passou logo a boiada inteira. Cinco minutos depois o Corinthians já vencia por 4 x 0. Virou o primeiro tempo goleando por 5 x 0. Mas o que era bom ia ficar ainda melhor.
Aos 10 minutos do segundo tempo o Corinthians teve um pênalti a seu favor. Amílcar converteu. Dois minutos depois, Neco marcou 7 x 0. Aos 14, os jogadores santistas foram ao desespero quando um segundo pênalti foi assinalado em favor do Corinthians. Gambarotta bateu e e fez o oitavo gol corinthiano no jogo.
Na ânsia de terminar rápido com aquele tormento, os santistas deram piti e encamparam a tática antidesportiva. Começaram a forçar expulsões, algumas delas com extrema violência, até obrigar o juiz a encerrar com o jogo antes de expirar o tempo regulamentar.
No meio desse processo, porém, o Corinthians deitou e rolou. Perto dos 20 minutos do segundo tempo Neco fez o décimo gol do Timão – e o terceiro dele na goleada. Logo a seguir, o santista Ary Patuska, irmão do histórico Araken Patuska, fez um gol contra proposital.
O árbitro Eduardo Taurisano validou o gol, claro, mas expulsou Ary Patuska por conduta antidesportiva. Como o Santos já havia forçado outras expulsões, o cartão vermelho para Ary Patuska deixou o time da baixada com apenas sete jogadores e obrigou o árbitro a encerrar precocemente a partida, aos 21 minutos de etapa complementar.
E assim terminou o 11 x 0 eterno!
A vitória por maior diferença de gols já aplicada pelo Corinthians é também a maior goleada já sofrida pelo Santos e a maior já registrada em um confronto considerado “clássico”.
Duas rodadas depois do 11 x 0, o Santos abandonou o Campeonato Paulista de 1920.
Ficha técnica
SANTOS 0 X 11 CORINTHIANS
Data: 11/07/1920
Local: Vila Belmiro
Árbitro: Eduardo Taurisano
Cartões vermelhos: Arnaldo, Millon, Bilu e Ary Patuska.
Gols: Basílio, Bororó, Neco e Gambarotta (2) no 1º tempo; Amílcar, Neco (2), Gambarotta (2) e Ary Patuska (contra) no 2º tempo.
Santos: Randolpho; Cícero e Bilu; Ricardo, Marba e Pereira; Millon, Castelhano, Ary, Haroldo e Arnaldo. Técnico: Juan Bertone.
Corinthians: Colombo; Nando e Gano; Garcia, Amilcar e Ciasca; Américo, Neco, Bororó, Gambarotta e Basílio. Técnico: Amílcar Barbuy.
Fonte: Almanaque do Timão
Texto publicado em 6 de setembro de 2017
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Ahahahahah… um gol pra cada jogador. Eterno 11 a zero (o gol de honra foi contra!!!!) em cima do eterno freguês! Como você quer o peixe? Frito, assado no forno, tipo tartar, estilo ceviche, ensopado, na grelha, na moda sushi, tipo sashimi, moqueca, caldeirada ou à moda caiçara assado na folha de bananeira? Tem aí 11 tipos de preparo de peixe pra escolher! Eu continuo preferindo cozido entre quatro linhas…