A Fiel está mal acostumada com o Corinthians Feminino.
As brabas estabeleceram uma hegemonia difícil de ser derrubada no futebol feminino.
O ano de 2024, no entanto, começou repleto de incertezas.
Para além da bagunça administrativa do clube, a era Arthur Elias se encerrou em 2023 com um Corinthians campeão de tudo.
Arthur Elias e Cris Gambaré deixaram o clube e assumiram a seleção brasileira.
Como de costume, o que funciona no Corinthians faz brilhar os olhos da CBF, mas essa é uma outra história.
O fato é que coube a Lucas Piccinato suceder Arthur Elias.
Ele pegou um elenco ameaçado de desmanche, com diversas jogadoras no estaleiro e se virou com o que tinha à disposição.
No entanto, com exceção de um ou outro grande jogo, em nenhum momento ele conseguiu replicar os grandes momentos dos últimos anos em termos de futebol jogado.
O ano começou com um título suado em cima do Cruzeiro na Supercopa Feminina.
Iniciado o Campeonato Brasileiro, o Corinthians Feminino emplacou cinco vitórias seguidas logo de cara e só administrou o resto da fase de classificação.
O futebol apresentado, no entanto, não era bom. O momento mais chocante foi a goleada por 7 x 2 sofrida para o Cruzeiro na penúltima rodada da fase de classificação do Brasileirão Feminino.
A boa notícia é que esse time sabe ganhar.
As brabas se recompuseram da derrota, derrotaram o Red Bull Bragantino nas quartas-de-final, passaram pelo Palmeiras na semi e atropelaram o São Paulo na decisão do título.
O melhor momento do ano veio na Libertadores Feminina, quando Gabi Zanotti saiu do estaleiro para brilhar na conquista do penta continental.
No entanto, o ano terminou com uma nota amarga.
As brabas avançaram também à decisão do Paulistão Feminino, na qual enfrentaram o Palmeiras.
Por ter jogado e vencido todas as competições disputadas até ali em 2024, o Corinthians Feminino chegou à final do estadual com 11 jogos a mais que as palestrinas na temporada.
Não justifica, mas explica a sensação de que o time estava cansado nos confrontos decisivos.
Ainda assim, o Timão venceu o jogo de ida, perdeu o de volta e deixou o título escapar nos pênaltis.
Sim, foram três títulos e um vice-campeonato em quatro competições disputadas.
A Fiel certamente está mal acostumada, mas tem suas razões para ficar ressabiada.
Para 2025, Lucas Piccinato terá as baixas de Gabi Portilho, Yasmin e Millene, mas receberá o reforço de Andressa Alves enquanto a diretoria negocia com a Rainha Marta.
A manutenção da hegemonia é o foco, mas com um futebol mais vistoso.