O Corinthians Feminino viveu um ano de superação em 2022.
O início da temporada deu a impressão de que as brabas teriam facilidade para manter a hegemonia conquistada no decorrer dos últimos anos.
As mosqueteiras despacharam o Real Brasília, o Palmeiras e o Grêmio para faturar a primeira edição da Supercopa do Brasil de Futebol Feminino.
Acontece que as rivais se reforçaram, algumas delas com atletas egressas do Timão. Andressinha foi parar no Palmeiras. Cacau e Pardal foram para o São Paulo.
Já o técnico Arthur Elias precisou lidar com contusões em série no elenco ao longo de todo o ano. Em meio à dificuldade para reforçar o elenco, a solução foi olhar para a base nos momentos mais críticos.
Qualquer outro time feminino que atravessasse os mesmos perrengues do Corinthians no Campeonato Brasileiro teria flertado com o rebaixamento. Ou simplesmente caído.
Mas o Timão mostrou sua força. Depois de um início capenga, as brabas chegaram desacreditadas à fase de mata-mata.
A craque Gabi Zanotti passou boa parte de 2022 no estaleiro, mas voltou na fase decisiva do Brasileirão Feminino para destacar-se como a grande maestra alvinegra na condução ao tetracampeonato brasileiro.
Na semifinal contra o Palmeiras, o Corinthians passou como um rolo compressor.
Contra o Inter-RS, nas finais, muita luta no Beira-Rio e uma vitória maiúscula em Itaquera garantiram o tetra.
Tão bonito quanto a conquista foi assistir aos recordes de público do futebol feminino batidos nas duas partidas decisivas.
Conquistado o Brasil, o Timão embarcou para o Equador em busca do tetra na Libertadores. Outra vez, porém, uma série de perrengues e uma arbitragem canalha culminaram numa eliminação precoce para o Boca Juniors nas quartas-de-final.
No retorno ao Brasil, a missão passou a ser recuperar o terreno perdido no começo do Campeonato Paulista, quando uma tabela encavalada de jogos com adversárias diretas ao título em meio ao mata-mata do Brasileirão levou Arthur Elias a promover jogadoras da base para enfrentar São Paulo, Ferroviária e Palmeiras.
As brabinhas jogaram com dedicação, mas sucumbiram à experiência das rivais, sempre com suas escalações completas.
Depois da Libertadores, o Corinthians Feminino venceu todos os seus jogos, mas ficou de fora das semifinais do Paulistão por causa do saldo de gols.
Isso levou as brabas a jogarem pela primeira vez a Copa Paulista de Futebol Feminino. Com quatro vitórias em quatro jogos e direito a goleada recorde na competição, o Timão conquistou o título inédito.
Com isso, o Corinthians repetiu o recorde de títulos conquistados em 2021, com três conquistas – sendo duas nacionais – ao longo de 2022.
Arthur Elias chegou à impressionante marca de 13 títulos oficiais pelo Corinthians, marca jamais alcançada por nenhum outro técnico envolvido com o futebol corinthiano.
Em campo, foram 31 vitórias, 6 empates e 6 derrotas em 43 jogos disputados, com 107 gols a favor e 30 contra.
Embora seja um desempenho exuberante, o aproveitamento de 76,74% dos pontos disputados em 2022 é o segundo mais baixo desde a retomada do futebol feminino pelo Corinthians, ficando à frente somente dos 67,59% de 2016.
Já é a média de gols de 2,49 por partida, invejada por muitos, é a mais baixa desde a retomada da modalidade no SCCP.
Antes de 2022 terminar, duas grandes notícias: a lendária Grazi, que se aposentaria ao fim deste ano, acaba de renovar por mais um ano com o Timão, assim como o técnico Arthur Elias.
Para 2023, a expectativa é de que a ascensão da base somada a contratações pontuais já no radar mantenha o Corinthians na disputa por títulos.
Fica também a torcida para que Luana Bertolucci se firme cada vez mais no meio de campo alvinegra e pela plena recuperação de Gabi Zanotti, Victoria Albuquerque e Katiuscia.