Depois de curta temporada no Pacaembu neste quente e chuvoso janeiro, com direito àquela atenção especial à freguesia são-paulina, o Corinthians voltará a Itaquera em 14 de fevereiro, quarta-feira de cinzas, diante do São Bento.
A passagem pelo Pacaembu teve quatro jogos, três como mandante e um como visitante, com três vitórias e uma derrota, oito gols marcados e três sofridos, e 75% dos pontos aproveitados.
O gramado de Itaquera foi reformado nas últimas semanas e deve ser reinaugurado com transmissão da TV, inclusive para São Paulo.
Antes de enfrentar o São Bento, porém, o Timão fará dois jogos fora de casa, curiosamente apenas para os assinantes de pay-per-view.
Curioso notar como, desde o ano passado, os jogos do Corinthians têm sido escondidos por certa emissora de televisão que depois de uma escrupulosa investigação interna jura não ter desembolsado um centavo de suborno para obter exclusividade na transmissão de campeonatos em território nacional.
Alguém mais desatento pode achar que andaram abrindo mão de audiência em troca de anúncios do patrocinador rival espalhados pela programação platinada.
Um amigo que esteve no Pacaembu em mais uma vitória do Timão sobre nosso tradicional rival e freguês tricolor me contou que uma torcedora, na arquibancada, disse a ele que não via a hora de o Corinthians voltar a jogar “na nossa casa”. Ele perguntou se ela morava na região de Itaquera. A mulher, uma senhora, disse que não, que morava na região de Moema. Pois é… embora o Pacaembu estará sempre no coração de algumas gerações de corinthianos (no meu caso, por exemplo), Itaquera conquistou o coração da Fiel. Se um dia era no Pacaembu que nos sentíamos em casa, agora a nossa casa é em Itaquera. O nosso estádio, o nosso espaço no mundo, o nosso campo de batalha contra tudo e contra todos. O Corinthians traz na sua origem popular a magia que envolve torcedores de todas as classes sociais, de todos os lugares do Brasil e do mundo. Essa origem popular é o que dá autenticidade ao Todo Poderoso. E é também o que incomoda o pessoal da grana, que acha que tudo pode ser comprado com dinheiro. No ano passado, um certo time com um patrocinador que anuncia em tudo quanto é emissora de rádio e TV achou que ia ganhar todos os campeonatos que fosse disputar. O patrocinador investiu em jogadores, técnicos (cada hora arranjava um novo…), publicidade no rádio e na TV. Sei lá onde mais despejou dinheiro. Mas o fato é que quando chegou o fim do ano, o Time do Povo, com um elenco de baixo custo, havia conquistado a Copinha, o Paulistão e o Brasileiro. O time da grana? Não conquistou nada. E, pelo que temos visto no primeiro mês de 2018, a grana continua rolando pra todo lado. Vamos ver no que isso vai dar. O Corinthians, a Fiel já sabe, segue sua luta contra tudo e contra todos. Uma luta que nasceu junto com o Timão, lá em 1910, no bairro do Bom Retiro. Vai Corinthians!!
Marinho, sou viúvo confesso do Pacaembu. Você sabe disso. Aproveitei para levar a Laura pra ver Corinthians e São Caetano. Foi de última hora e ainda pegamos um temporal na entrada. O mando não era nosso, mas o estádio sempre será a nossa casa. Ficamos ali por perto das organizadas. Ela se encantou tanto quanto se encantou em Itaquera. Estava vazio para os padrões corinthianos, é verdade, mas a alma mosqueteira parecia tão vibrante e tão forte quanto se o estádio estivesse lotado. O povo, o mesmo povo que a diretoria parece se esforçar por afastar de Itaquera, estava mais presente no Pacaembu do que costuma estar em Itaquera. Já somos fortes no novo estádio, mas seríamos ainda mais se a diretoria cultivasse a massa corinthiana com um pouco mais de carinho e preços menos salgados.
Perfeito. O grande erro de Itaquera é a elitização do público. Um erro das recentes diretorias. O Corinthians não pode nunca se afastar de suas origens porque é nas origens do Time do Povo que está a alma da Fiel.