3 x 2
O Corinthians começou bem e abriu dois gols de vantagem, mas – incapaz de dar meio minuto de respiro à Fiel – cedeu ridiculamente a virada ao Atlético Mineiro na noite desta quarta-feira no Mineirão.
Foi um primeiro tempo excelente, com boa atuação das duas equipes.
Aos 12 minutos, Sidclei roubou bola pela esquerda, passou para Araos e o chileno levantou para Jô, de cabeça, abrir o placar para o Timão. Aos 29, Mateus Vital fez excelente jogada pela direita e acionou Jô, que retribuiu de letra o passe para Araos marcar seu primeiro gol com o manto alvinegro. Um golaço, diga-se.
Parecia uma estreia de Campeonato Brasileiro à altura do Corinthians.
No intervalo, o elenco mosqueteiro aparentemente ficou no vestiário. Com o Timão fisicamente pregado, só o Atlético-MG jogou no segundo tempo. Com volume de jogo, melhor preparo físico e uma pitada de sorte, o time da casa já havia virado o placar aos 16 minutos da etapa complementar.
Para se ter uma ideia do apagão, até a final do Campeonato Paulista, no fim de semana, o Corinthians havia sofrido um gol em seis jogos pós-retorno. Hoje, num intervalo inferior a 10 minutos entre o primeiro e o último gol sofridos, levou três.
Pode-se alegar que o Atlético-MG voltou a treinar dois meses antes do Corinthians e estava melhor preparado fisicamente. Também pode-se apontar os desfalques por contusão e covid-19 na defesa corinthiana. Mas não se pode negar que, com dois gols de vantagem, nenhuma estratégia parece ter sido pensada para garantir a vitória.
Um desfecho ridículo para uma estreia em um campeonato que – em respeito às vítimas da pandemia e a seu avanço descontrolado pelo território nacional – não deveria nem ter começado.
| Artilheiros do jogo: Jô e Araos |
| Contra o Atlético-MG |
| O Corinthians em 2020 |
| No Mineirão |
| Sob o comando de Tiago Nunes |
| Na história do Campeonato Brasileiro |
| O Corinthians com portões fechados |
| O Corinthians na história |
Qual vai ser o Corinthians do Brasileiro, o do primeiro ou o do segundo tempo? No ano passado, o Timão se classificou no Paulista na bacia das almas e, graças a grandes defesas do Cássio, sagrou-se campeão. Um título que fez a alegria e a ilusão da Fiel. Alegria porque ver o Corinthians campeão é sempre felicidade pura. Ilusão porque o time, mesmo campeão, era ruim e isso se viu no Brasileiro/2019, com atuações pífias. Agora, em 2020, a história quase se repete. O Timão novamente se classifica no Paulista na bacia das almas, chega à final jogando um futebol renovado, mas não levanta a taça do tetra por falta de inspiração e ousadia. O que esperar do Brasileiro? Antes do início do jogo de estreia, minhas expectativas eram as piores em função da defesa reserva. Mas depois de fazer dois a zero no primeiro tempo, tive aquela sensação de “o Corinthians sempre surpreende”. Aí, veio o segundo tempo. E o fraco elenco do Corinthians, com um treinador ainda sem saber direito o que quer fazer, se comportou dentro do que se esperava de um time limitado: tomou três gols em nove minutos. Por ora, tudo leva a crer que teremos um Brasileiro 2020 com cara de Brasileiro 2019. A não ser que o Tiago Nunes faça milagre.